as crônicas do sonhador
Crônicas de um Sonhador

As Crônicas do Sonhador | Capítulo 8: Caminhos Perigosos

— Que loucura que nós fizemos! — disse encostado em um vão da calçada próximo à Praia dos Namorados.

Max estava ao meu lado, um tanto aéreo, assim como eu. Nos distanciamos ao máximo da base do Comando Alternativo. Recuperávamos o fôlego. À noite estava silenciosa.

— Isso foi muito louco — Max dizia começando a gargalhar. — Inacreditavelmente louco.

O acompanhei na gargalhada, estava animado e orgulhoso de ter agido contra o Comando Alternativo.

— Você consegue criar só areia?

— Opa — fiquei sério. — Você disse que iria me deixar em paz. — Você não viu nada.

— Pode ficar tranquilo quanto a isso, seu segredo está seguro comigo. Perguntei, mas sei que você criou uma distração e não me pareceu areia.

Pensei um pouco antes de dizer, não era mais um segredo.

— Sim, consigo criar mais coisas.

— Você é uma experiência do exército? Um mutante? O que você é, cara?

— Eu não sei. Descobri meus poderes há pouco tempo. Ainda estou tentando entender.

— E o que você vai fazer com isso? — ele me perguntou de forma séria, como se minha resposta fosse importante para sua próxima ação.

— Não tenho planos de ser um super-herói.

— Já subiu no meu conceito. Você é meio nerd, mas até que é legalzinho.

— Você vai continuar tentando atrapalhar o C.A.?

— Você gostou não é? Por mim esses malditos seriam expurgados da face da terra.

— Por mim também.

Ele estendeu a mão em sinal de parceria.

— Com superpoderes as coisas ficam mais fáceis. Vamos até o fim?

Apertei sua mão em sinal de concordância.

— Mas antes preciso que você me ajude a fazer algo…

Naquela noite rodamos por toda a cidade, principalmente as partes mais afetadas pela chuva. Testei meus poderes de criação no terreno abandonado que fiquei junto de Ester. Criava móveis como sofás, estantes, camas, entre outros que seriam mais simples. Se havia um limite para meus poderes era a necessidade de conhecer os detalhes do que iria criar. Max observava e me ajudava em alguns detalhes. Não tinha condições de criar televisões ou coisas mais complexas. Não sem uma grande pesquisa antes. Juntamos os móveis defeituosos feitos para estudo e criei fogo com os meus poderes. Comecei a testar se poderia manipular minhas criações, uma vez que feitas, e não era possível desfazer. Com os móveis prontos não era possível, mas com o fogo eu conseguia criar pequenas formas, como se criasse das chamas algo novo. Brincava moldando a fogueira criando formas de animais.

— Consegue criar comida?

— Nunca tentei, pode ser perigoso.

— Tenta aí, estou com fome.

Criei um doce de chocolate pequeno para testar, se fizesse mal, não seria muito. O doce se formou e Max comeu sem cerimônias.

— Sem sabor, mas aparentemente normal.

— Esqueci.

Criei novamente e lembrei de acrescentar o sabor que lembrava de algum chocolate que havia saboreado.

— Esse está muito melhor. Quer experimentar?

— Prefiro ver se você não vai morrer antes — eu ri e Max me acompanhou.

Seguimos em uma rota silenciosa pelas casas mais afetadas pela tempestade. Criava os móveis e tinha o cuidado de colocar uma fita para dizer que era um presente surpresa. Assim seguimos até o dia amanhecer. Não era a melhor compensação, mas era o que eu conseguia fazer para amenizar minhas ações egoístas. Max me deixou em casa e eu estava exausto. Havia avisado a minha mãe que iria dormir na casa de um amigo. Cheguei sem ela perceber, inventaria alguma desculpa no dia seguinte. Dormi pelo pouco tempo que tinha antes de ter que levantar para ir para o colégio.

***

Acordei sonolento e cansado. Estava atrasado para a primeira aula, mas não me importava. Chequei as visitas em meu blog e tive uma grande surpresa. Todos os post haviam muitas visualizações. Um blog exclusivo para divulgar os crimes do Comando Alternativo, feito em completo anonimato de minha parte. Fiquei animado e ao mesmo tempo receoso.

No colégio, fui o último a chegar na sala, um pouco depois de Max que me cumprimentou. Julia achou estranho e contei tudo que havia acontecido a ela no intervalo. Ela ficou pálida e por um momento achei que ela fosse passar mal. Ficou mais silenciosa que o normal, mas puxei outros assuntos até ela digerir a informação. Vi Ester distante e corri até ela.

— Desculpa por ontem — comecei a dizer sem jeito. — Tive um imprevisto.

— Tudo bem Junior, mas está tudo bem?

—Sim, já resolvi, está tudo certo.

— Vamos marcar outro dia, quem sabe. Mas agora tenho que ir, minhas amigas estão me esperando. Até mais tarde.

Minha chance havia passado e toda a alegria de ter ganho uma batalha contra o C.A. desapareceu por completo. Voltei para onde Julia estava, ela fez um sinal de negação com a cabeça e sorriu.

— Ninguém gosta de levar bolo.

— Foi por um bem maior…

— Sei…

Max se aproximou e sentou ao nosso lado. Julia se assustou e lhes apresentei. Havia contado a ele que Julia era a única que sabia dos meus poderes.

— Qual vai ser nosso próximo passo? — ele perguntou abocanhando com vontade o pastel que segurava.

— Vocês vão mesmo continuar com isso?

— Seu amigo pode salvar o mundo, não seria certo negar uma missão dada por Deus — ele sorriu com a bochecha cheia de comida.

— Vou costurar uma capa para vocês.

— Quero a minha preta, por favor.

— Eu quero uma que plane quando pular de um prédio — completei.

Julia soltou o ar dos pulmões como uma rendição aos nossos planos.

— Homens…

Continuamos conversando durante o intervalo, mas sem definirmos uma estratégia de ação. Combinamos de fazer outro dia e Julia faria parte desse planejamento. Segundo ela, precisava garantir que faríamos com cuidado.

Voltei para casa e notei que havia recebido um e-mail. Abri e percebi que era na conta de e-mail que usava para o blog. Tive o cuidado de não revelar meu e-mail, sem nome, sem assinatura, hospedagem com um nome criado aleatoriamente. A mensagem não teria como vir dos meios normais ou eu deixei brechas no anonimato. Abri receoso, torcendo para ser algum spam.

“Tire seu blog do ar ou sofrerá consequências indesejadas.”

Assinado como “O Chefe”. Sentei, imóvel. Pensei nas alternativa e possíveis consequências. Trilhava caminhos perigosos e um erro poderia ser fatal.

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Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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