as crônicas do sonhador
Crônicas de um Sonhador

As Crônicas do Sonhador | Capítulo 10: Confronto

Caminhava durante à noite. A cidade estava calma. Precisava pensar em muitas coisas e também não queria cozinhar. Ester respondeu minha mensagem confirmando a primeira aula de reforço que para mim, significava muito. Comi em um food truck, um que costumo comer próximo da minha casa.

Sentei à mesa e aproveitei minha refeição. Acabei e não decidi sobre o que deveria fazer sobre a mensagem de ameaça do C.A., estava em um dia que simplesmente não queria fazer nada. Voltei para casa sem pressa e notei que estava sendo seguido.

Olhei para trás e a figura distante tentou disfarçar. A rua estava deserta e percebi outro homem se aproximando de forma suspeita. Acelerei meus passos para chegar a um local mais movimentado, mas fui surpreendido por alguém que surgiu à minha frente e segurou meu braço.

— Venha comigo — ele disse e reconheci a voz de Marcos.

Seus comparsas aproximaram. Pensei em usar meus poderes, mas preferi esperar.

— O que você fez naquele dia no banheiro? — ele perguntou sem paciência.

— Eu não fiz nada e você sabe bem disso.

— Quase fui expulso duas vezes naquele dia e tudo por sua culpa.

Seguimos para uma região escura da cidade, um campo a céu aberto, mal iluminado. Estava cercado, sem espaço para fugir.

— O que você quer comigo?

— Quero saber o que você fez. De onde saiu àquela maldita areia?

— Olha, também queria saber.

Ele me acertou com um soco no rosto e caí no chão. Meu maxilar ardeu e não tive tempo de me defender do chute na costela que veio em seguida. Contorcia-me de dor no chão tentando respirar para recuperar o fôlego.

— Fala! O que você fez? — Marcos me chutou novamente com mais força.

Seus comparsas se juntaram à agressão e os oito que estavam com ele começaram a me chutar.

— Só vou perguntar mais uma vez, o que você fez? — perguntou fazendo seus companheiros pararem.

— Já disse que não sei! — gritei.

Estava pronto para usar meus poderes para revidar quando escutei o som potente de um motor de motocicleta. Marcos e seus comparsas ficaram alerta, os ouvi gritando e um deles foi arremessado para longe com um chute. Uma briga começou e notei que era Max esmurrando meus agressores. Ele demostrava ser bom de briga em uma postura de boxeador, seu soco derrubava quem acertava e não demorou muito para ficar apenas Marcos de pé.

Marcos armou o soco, mas atingiu o ar, Max abaixou acertando a costela de seu adversário com um cruzado rápido. Marcos sentiu dor e tentou disfarçar. Continuou golpeando Max sem o acertar, os movimentos dele de esquiva foram eficientes para se livrar dos socos e chutes de seu oponente. Max assumia uma postura de boxeador, seu trabalho de perna era bom, desviava sem dificuldade dos golpes de Marcos.

O jovem motoqueiro esperou Marcos cansar para começar a atacar, começou com socos rápidos e precisos. Jabs, diretos e cruzados. Variava a sequência. Quando Marcos tentava reagir ele desviava e o acertava com um gancho, naquele ritmo a luta não demoraria muito. Marcos poderia até ter muita resistência, mas não conseguia o acertar, Max parecia prever seus movimentos.

— Seu desgraçado! — dizia Marcos já com o rosto bem castigado.

Ele segurou a cintura de Max e o derrubou no chão seguindo com uma série de socos, Max se protegia, mas os golpes eram fortes e estava difícil para ele se livrar. Com muita dificuldade conseguiu empurrar seu agressor para longe e, quando partia para continuar sua sequência foi segurado por um dos comparsas de Marcos, o desequilibrando e permitindo a Marcos uma chance de atacá-lo.

O chute foi forte e Max caiu no chão e, logo começaram chutá-lo sem piedade. Max levantava e com um soco quebrou o nariz de quem tinha o segurado e depois acertou outro soco em Marcos, que o fez dar passos para trás com o impacto. Com mais um cruzado de Max a briga acabou. Marcos caía no chão nocauteado.

Cercaram Max e atacaram ao mesmo tempo. O jovem lutou bravamente, mas eram cinco contra um e ele não tinha espaço para se esquivar. Acertava cotoveladas, empurrava com os ombros, mas sem muita efetividade foi derrubado e levou uma sequência de chutes enquanto estava no chão.

Marcos se levantou e sacou uma arma e apontou na direção de Max e seus comparsas se afastaram.

— Amarrem os dois.

Amarraram meus braços com linhas de náilon, machucava meu pulso e notei que era premeditado. Obrigado a ficar de joelhos com uma arma apontada para minha cabeça assisti Max sendo covardemente surrado.

Estava pronto para fazer alguma coisa para ajudá-lo quando ele se ergueu reagindo e revidando os golpes. Parecia incansável, seus socos ficaram mais violentos, estava tomado pela raiva. Quem acertava tinha dificuldade para se levantar. Foi quando Marcos apontou a arma para Max e ele não teve alternativas a não ser parar.

— Segurem esse idiota!

Nos colocaram lado a lado de joelhos, parecia uma fila de execução.

— Amarrem eles! — Logo sua ordem foi cumprida. — Sem gracinha dessa vez. Seria uma pena se vocês quebrassem alguns ossos, joelhos, por exemplo, acho que dificilmente vocês conseguiriam correr novamente. Temos uma marreta?

— Temos sim! — gritou alguém no fundo.

— Tragam ela para cá.

A marreta foi apresentada para nós em tom de ameaça.

— Mas antes vamos fazer algo mais legal. — Marcos vasculhou no bolso de Max até encontrar as chaves de sua moto. — Vamos nos divertir antes. Tragam a moto dele para mim.

O ronco do motor da Harley-Davidson de Max se aproximou até deixarem ela a meia distância do seu dono. Max reagiu com desespero temendo o que fariam com ela. O seguraram com mais força, foi necessário cinco deles para conseguirem pará-lo.

— Seu retardado, deixa ela em paz!

— É engraçado. Ele fala de sua moto como se fosse gente. Qual o nome dela mesmo? Verônica… É esse não é?

Senti que precisava fazer algo, esbarrava em Max para ele dar um sinal, mas o jovem motoqueiro olhou dizendo para não se intrometer.

— Peguem a gasolina.

Max segurava o ódio tentando demonstrar o menos possível. Não queria dar esse prazer a eles. Sua motocicleta logo estava completamente banhada pelo combustível.

— Será que a Verônica também vai gritar de dor? — Todos começaram a rir. — Quebrar seus ossos não seria divertido. Não é meu estilo fazer essas coisas, prefiro ver você perder o que mais é precioso para você.

Acendeu o fogo e deixou a motocicleta queimar. O fogo se espalhou por todas as partes da Verônica. Sua lataria começou a ser consumida pelas chamas. Max observava sem desviar o olhar, em completo silêncio, sem demonstrar nenhuma reação, queria parecer indiferente, mas por dentro era fácil imaginar o que estava sentindo.

— Vou deixar vocês viverem. Mas a lição é essa. Nunca mexam com o Comando Alternativo. Vocês não fazem ideia do que somos capazes de fazer. Isso não foi nada além de um aviso. Em uma próxima oportunidade vocês talvez não tenham a mesma sorte.

Nos deixaram amarrados de frente para as chamas que consumiam a motocicleta. À noite parecia mais clara e o ódio de Max mais denso. Ficamos sozinhos assistindo o fogo terminar o serviço. Até a última parte que poderia ser queimada ficar completamente carbonizada.

Criei uma tesoura e cortei as linhas de náilon, mas Max continuava ajoelhado sem reação.

— Obrigado por ter me salvado… sinto muito — falei sem jeito. — Por que você não deixou eu te ajudar?

— Você precisaria chegar às últimas consequências. Você está pronto para isso?

Parei para pensar com as palavras de Max.

— Faria o que fosse necessário.

— Não, você não faria. Eles te caçariam até te pegarem. E com tantas testemunhas você não conseguiria escapar sem eliminar as testemunhas. Você não conseguiria fazer isso.

— Não podemos deixar eles saírem ganhando. Temos que criar um plano de contra-ataque.

— Eu cometi um erro. Melhor você voltar para casa.

— Eu vou criar uma nova moto para você.

— Não é necessário. Ela foi o último presente que meu pai me deu.

Max se levantava e caminhava dando as costas. Fiquei sem palavras e observava ele se afastar. Meu ódio ao Comando Alternativo crescia. Tive receio de usar meus poderes para não ser descoberto, mas jurei que dá próxima vez não iria me segurar.

— Isso não vai ficar assim! Nós vamos nos vingar — gritei e Max olhou para trás confirmando com a cabeça, seu olhar era de ódio.

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Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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