as crônicas do sonhador
Crônicas de um Sonhador

As Crônicas do Sonhador | Capítulo 12: Novos planos

Estava ao lado de Julia na praça, conversávamos sobre muitas coisas, minhas decepções amorosas, minhas preocupações com o Comando Alternativo, o terreno perigoso que estava pisando e ela falava sobre os problemas dela. Contou que sua irmã estava melhorando e não demoraria muito para voltar para casa, uma notícia boa.

Comentários de todos os tipos surgiram sobre o acontecido no colégio, muitas pessoas não entendiam o que aconteceu e criaram histórias ainda mais fantasiosas do que a realidade, no início eu me divertia, mas estava começando a ficar preocupado, os boatos se espalhavam com velocidade e, não teria como prever até onde chegaria.

Antes de sair de casa eu desativei meu blog, não tinha certeza que o responsável pelo incêndio era de fato o Comando Alternativo, mas não queria arriscar. Apaguei todas as postagens e desativei a conta, preferi lutar de outra forma. As informações estavam guardadas e poderiam ser úteis em algum momento.

Fiquei surpreso quando recebi uma mensagem, por um momento pensei que fosse outra ameaça. Li e vi que era de Max.

“Me encontre na rua Joana Torres às 15h. Preciso falar com vocês.”

Julia ficou receosa.

— Você acha que deveria ir? — ela perguntou.

— “Vocês.” Acredito que ele quer que você vá também.

— Será que ele quer confessar? Vamos virar cúmplices.

— Não acho que ele tenha feito uma coisa dessas.

— Você mal o conhece, como pode ter certeza? Ele levou as joias e não deu satisfação do que fez, está desaparecido por dias.

— Ele me salvou.

Julia ficou um tempo em silêncio.

— Mas essa situação está tão mal explicada.

***

Max estava em pé encostado em um muro de uma casa abandonada. A fachada estava mal tratada pelo tempo, gramas cresciam desgrenhadas. A rua era pouco movimentada, uma região afastada do centro. Aproximamo-nos e ele parecia bem.

— Vocês estão um pouco tensos — ele debochou.

— Você está bem? — perguntei.

— Melhor impossível.

— Max… — procurava as melhores palavras. — Você fez alguma coisa com Marcos?

Ele me encarou por um breve instante que pareceu muito mais tempo.

— Eu queria ter feito, mas atirar em um bostinha não faz meu estilo. Eu queria dar uma surra nele até arrancar todos os dentes da boca do miserável, esperar ele se recuperar e dar outra surra. Mas não iria matá-lo.

— Desculpe por perguntar, mas precisava ter certeza.

— E você, fez alguma coisa com ele? — ele usou um tom irônico.

— Também queria ter feito, mas matar não está nos meus planos.

— Por que nos chamou até aqui? Nessa rua deserta — quis saber Julia.

— Vejam! O quartel-general.

Max apontou para a casa abandonada que estávamos a frente. Não havia vidros, a pintura manchada, no quintal a grama alta se espalhava por todas as partes.

— Precisa de reformas, mas vai servir. Já está paga e sobrou um dinheiro interessante, está nessa conta.

Ele me entregou um cartão.

— Obrigado — estava sem palavras.

— Está no meu nome, mas vou passar para o seu assim que você completar dezoito anos. Foi difícil conseguir uma casa melhor, desconfiavam de mim, principalmente por ter dezenove anos e sem uma renda que justificasse a quantidade de dinheiro. Você ficaria surpreso o quanto que suas joias valeram. Tem um negócio bem lucrativo em mãos.

— Fique com o dinheiro — devolvi o cartão. — Se der compre uma moto nova para você, vai estragar seu estilo de mal se ficar andando a pé.

— Dá para comprar mais que uma moto — ele pegou o cartão. — Vou usar para fazer as reformas também.

Julia olhou para ele surpresa.

— Achou que eu fugiria com o dinheiro não é? — ele riu. — Tem muito mais da onde saiu esse.

— Desculpa — ela disse sem jeito.

— Vocês são muito sentimentais. Vamos entrar logo!

O interior da casa estava sujo, havia poucos móveis e os que tinham estavam em estado lastimável. Teríamos muito trabalho para organizar tudo. Julia dava ideias para uma nova decoração, Max dizia o que precisava ser reformado e eu apenas admirava.

Tinha um quartel-general. O quintal era grande, planejava criar um lugar para treinar meus poderes, se possível, subterrâneo e, pensava em como poderia fazer. Foi uma tarde agradável, planejávamos a nova decoração. Criei sofás, estantes, mesas, objetos mais simples.

Começamos a arrumação que durou dois dias. As aulas estavam suspensas por tempo indeterminado e aproveitamos o tempo para cuidar de nossa nova base de operações. As reformas foram feitas, pintada e redecorada. Havia três quartos e cada um organizou como um escritório particular.

Max fez o seu como um local de treinamento pessoal; Julia colocou mesas e estantes de livros, um lugar para estudar; e eu um lugar para repousar. Criei novas joias e Max revelou que precisaria de um tempo para conseguir vender, suas fontes eram suspeitas e as vendas poderiam ser perigosas.

No fim dos primeiros preparativos, o quartel-general estava pronto como um escritório funcional. A faixada estava limpa, mas parecia uma casa comum e assim preferimos manter. Televisão por assinatura, internet, vídeo game, uma boa cozinha, por um momento o Comando Alternativo ficou para segundo plano.

Era agradável e confortável estar no quartel-general, cada um com seu espaço e estabelecemos regras rígidas e funções específicas para cada um. A maioria das regras foi definida por Julia, ela assumiu a responsabilidade de manter tudo em ordem e com seu comando tornou-se um lugar organizado.

Quando concluímos a primeira fase da arrumação recebi um e-mail preocupante:

“Vi que tirou seu blog do ar, está tudo bem? Pena que foi tarde e você não pode impedir o que está para acontecer e saiba, vai ser por sua culpa. Não era para ter mexido com o que não deveria.”

Outra vez assinado como “O Chefe”. O e-mail fez a gente focar no plano inicial, que havíamos deixado de lado com a animação da novidade. Mas não seria a última surpresa do dia.

Os boatos continuavam se espalhando pela cidade e a escola ganhou o status de colégio mal-assombrado. O fato ganhou um destaque na edição do jornal da cidade. E para nossa surpresa, os boatos chegaram mais longe.

— Em São Valentim, aconteceu algo surpreendente — começou a dizer um repórter na televisão, era o canal de maior audiência. — Definitivamente coisas estranhas têm acontecido por lá. Você não vai acreditar, mas uma areia dourada apareceu sem uma explicação e apagou o incêndio de uma escola pública da cidade. Acompanhe a reportagem.

Nós três assistimos junto a reportagem em silêncio que mostrava nossa preocupação. Não tinham muitas informações. Citaram os móveis que criei após a chuva, a parte boa é que não ligaram os pontos. A chuva forte também foi mencionada.

Alguns alunos foram entrevistados e relataram o primeiro aparecimento da areia no banheiro do segundo andar. Fez a história ganhar mais força. Alguns ditos como especialistas pelo jornal disseram que era impossível acontecer e que não passava de algo feito por mãos humanas que ainda não foi totalmente explicado. De alguma forma estavam certos, pensei.

Não mencionaram o diretor, talvez uma das poucas testemunhas oculares do ocorrido no incêndio. Foi uma reportagem curta, com um clima mais humorístico, porém, precisava ter cuidado nas minhas próximas ações. Se descobrissem minha identidade, eu seria um alvo fácil para o Comando Alternativo, entre muitos outras preocupações que surgiriam.

— O que vamos fazer? — quis saber Julia.

— Eu voto em descobrirmos a base do Comando Alternativo. Você criar um meteoro em cima deles.

— Nossa, que horror, Max! — Julia exclamou rindo.

— Eu tenho uma ideia melhor… — sorri animado, minha ideia poderia dar certo.

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Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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