Guerra entre irmãos
Admirável Mehra (1º ERA),  Histórias

Guerra Entre Irmãos | Contos da Admirável Mehra | 1º ERA

Em tempos muitos longínquos houve um grande império em Mehra. Em seu esplendor, uniu todas as tribos em uma só, sobe o governo de Honder, o conquistador.

Após um período de paz e prosperidade, administrado por mãos firmes, os conflitos e diferenças entre os povos aumentava. A estabilidade já não era a mesma. Honder envelhecia, e muitos temiam o futuro de Mehra.

O imperador teve dois filhos. O mais velho se chamava Galgark, era robusto como seu pai nos tempo de sua juventude. Cabelos longos negros, era jovem demais para ter uma barba imponente, mas não demoraria para acontecer. Firme em suas ideias, e de temperamento quente, treinava constantemente para ser cada dia mais forte em batalha, mesmo nunca precisando lutar em uma, pelo menos não até aquele momento.

O mais novo se chamava Vardrun. De sorriso fácil, era esguio e inteligente e um tanto galante. Amigo dos comerciantes que vinham de ilhas afastadas, era menos devoto que seu irmão as tradições da religião amada por sua mãe.

Honder, acompanhado de seus dois filhos já crescidos, visitava o túmulo de sua amada esposa. Sentia que seus dias estavam acabando e precisava escolher um sucessor.

— Um de vocês deverá continuar meu legado — disse o imperador.

— Quem será, meu pai — quis saber Galgark.

— O mais digno aos olhos de sua mãe, que ainda olha por nós.

— E como saberemos quem é o mais digno? — perguntou Vardrun.

— Será aquele que eu escolher. Pensarei, e então trarei a minha decisão. Esse receberá a minha benção e governará sobre nossas leis e costumes. E o outro não disputará e nem questionará. E assim será para as próximas gerações.

Voltaram para casa e Honder já muito cansado sentiu-se mal por muitas noites. Sua idade avançada o fragilizava, seu raciocínio estava comprometido. Mas antes de escolher seu sucessor, sua vida chegou ao fim. Uma estação de luto se fez em Mehra e o tempo de paz começou a ruir.

Os irmãos sem saber quem seria o sucessor legítimo debatiam sobre quem seria o mais digno.

— Eu devo ser o sucessor — começou a dizer Garlgark. — Sou o primogênito, mas forte e mais leal as tradições de nossos pais. Eu sou o mais digno.

— Você pode ter músculos, mas não é inteligente o suficiente para governar. É cabeça dura, incapaz de aceitar qualquer coisa nova — retrucou Vardrun

— Você se alia a ideias profanas de viajantes que zombam de nossa fé. Você vai desfigurar tudo que nossos pais lutaram para construir.

— O que há de mal no progresso? Você que está preso a ideias limitadas. Eu proponho definir em um duelo, já que é a única forma que entende.

— Se acha muito esperto, mas não passa de uma arrogância. Eu aceito seu duelo e vencerei. Neste duelo não será permitida a morte, odiaria ter que matar meu irmãozinho.

— Veremos. Mehra precisa de grandes mudanças e você vai ver todas elas.

Marcaram seu duelo para a manhã seguinte. A notícia se espalhou com velocidade e muitos estavam ansiosos para o resultado. Alguns torciam para o mais velho, porque defendiam seus ideais. Não queriam grandes mudanças, apenas o aperfeiçoamento do que fosse necessário, mantendo o que era bom e frutuoso. O que estavam ao lado filho mais novo do imperador defendiam mudanças bruscas, diziam que Mehra precisava mudar para ser mais justa. E a devoção ao Criador não deveria ser o centro das leis, seguindo o exemplo de nações externas.

Na manhã do duelo, Galgark chegou e seu irmão já o esperava. Conhecia Vardrun, e sabia que deveria tomar cuidado, era astuto, mas estava confiante porque nunca havia perdido em uma luta. Muitos estavam presentes para testemunhar o futuro de Mehra.

Os dois se prepararam. Lutariam com estacas de madeiras sem ponta, não era permitido matar, o vencedor seria definido por rendição.

O duelo começou desigual. Galgark avançava e seu irmão tinha dificuldade para se defender, a diferença de força era evidente e parecia que a vitória do irmão mais velho seria iminente. Mas Galgark pisou em um buraco cavado pelo irmão e escondido cuidadosamente e se desequilibrou, foi acertado e cheio na cabeça e recuou cambaleando. Vardrun preparou armadilhas por todo o terreno, não foi definido que não poderia ser feito.

Galgark era superior em força, mas Vardrun igualava em artimanhas. Porém, a força e resiliência de Galgark prevaleceu, seu golpes fortes causavam grandes contusões no irmão mais novo. Ele caiu já sem forças para continuar o duelo. Galgark apontou sua arma para o irmão sem forças no chão e declarou-se vencedor. O poupou do último golpe em respeito a sua linhagem e caminhou se afastando do irmão. Mas havia uma última armadilha feita pelo astuto Vardrun. Um grande buraco perfeitamente escondido se abriu com o peso de Galgark e ele se feriu gravemente na queda. Vardrun levantou com muita dificuldade, chegou até a borda da armadilha, ao ver o irmão com fortes dores na perna quebrada declarou-se vencedor.

— Você não é capaz de lutar, então sou eu o vencedor — disse ele.

— Você trapaceou — gritou Galgark. — Você não seria capaz de cavar um buraco tão grande em tão pouco tempo. Você nunca foi bom em trabalhos braçais. Teve ajuda e isso não faz parte de um duelo. E eu não me rendi e eu ainda posso lutar. Venceria você apenas com uma mão.

— Então saia do buraco. Não é capaz nem mesmo de escalar. fruto do meu esforço noturno. Sou a partir de hoje o novo governante de Mehra. Tenha a decência de aceitar sua derrota, irmão.

— O duelo ainda não acabou, trapaceiro covarde! Me enfrente! Eu venci antes, eu o poupei.

— Você perdeu porque é tolo, eu não me rendi.

— Não acabou!

— Sim, acabou. E todos são testemunhas que você está incapacitado de lutar. Por favor, tire meu irmão deste buraco, odiaria ver o fim de sua vida.

Quando tiraram Galgark da armadilha, Vardrun já estava distante. Os que se aliaram a Galgark não reconheciam a vitória do irmão mais novo e diziam que Galgark era o vencedor. O outro lado diziam ser eles os legítimos vencedores. O irmão mais velho mesmo antes de sarar da perna quebrada desafiava o irmão para um novo duelo, mas este nunca aconteceu. As diferenças e indecisões evidenciavam todas as outras disputas e discordâncias entre as tribos unificadas.

Mehra ruiu em duas partes. Os que reconheciam Galgark como vencedor reivindicaram suas terras ao oeste de Mehra, terras férteis e clima ameno, e assim fundaram o império de Galgark e chamaram suas terras de Garlak.

Os seguidores de Vardrun seguiram para o leste, uma região menos fértil, mas com amplo acesso ao mar e chamaram suas terras de Vardonah.

O centro de Mehra, tornou-se lugar de disputas intermináveis por território. O ódio entre os povos aumentavam, tudo passou a ser motivo de discórdia. Suas civilizações evoluíam seguindo os ideias de seus governantes. E em poucas estações as diferenças eram ainda mais evidentes.

Das constantes batalhas surgiram sofrimento, desespero, fome, injustiças e ódio. As disputas permaneceram por muitas estações. Continuaram com os filhos dos dois imperadores, após, com seus netos, e os netos de seus netos.

A guerra entre os irmãos foi interminável enquanto durou.

Contos da Admirável Mehra

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Sinopse

Lenna, uma renomada caçadora de titãs, com sua companhia, é enviada para investigar uma cidade em ruínas que dizem ter sido devastada por um ataque de titã. Após uma batalha noturna, sua vida corre perigo e precisa contar com a ajuda de um jovem misterioso para sobreviver.

A Era dos Titãs

Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

Um comentário

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    Jeferson.M

    Muito interessante saber como a briga de dois irmãos separou um reino inteiro, até o ponto em que a discórdia entre os e resultar em dois turnos diferentes com culturas diferentes.

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