O Valor da Tormenta Parte III
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O Valor da Tormenta – Parte III | Conto

O monstro colossal olhava diretamente para o Valor da Tormenta, um barco minúsculo a sua frente. Zann apontava seu arpão com cuidado, era um perito com uma mira diferenciada. Seus olhos brilhavam com a emoção da caça. Fez o primeiro disparo e perfurou a couraça rígida do monstro. A besta marinha rugiu, mas não era de dor, mal havia sentido o ataque.

O som estridente se espalhou, um barulho ensurdecedor, fazia o mar vibrar. As ondas recuavam com a força do rugido e por um momento a chuva cessou. Um brilho de luz branco surgiu vindo do céu. Onde antes eram nuvens negras carregadas da sempre-chuva, dava lugar a um límpido céu. Para o capitão do Valor da Tormenta não importava mais a dor em seus ouvidos, era um momento sublime que esperou por toda uma vida para presenciar. Uma luz quente, um azul profundo e infinito, a criatura não mais importava, um prazer de um sonho alcançado.

— É tão belo — ele disse anestesiado.

O mar agitou-se e o barco por um momento virou. O capitão foi arremessado ao mar e viu pedaços do seu barco espalhados na água.

Tormenta

Tudo estava confuso quando recobrou a lucidez. O Valor da Tormenta havia sido acertado pelo monstro marinho e despedaçado em partes importantes, por pouco não foi completamente destruído, muito dos méritos pela engenharia dos Mayras que mantinha o barco sempre na superfície. Sua tripulação ainda a bordo mantinha o barco distante da besta colossal, mas seu capitão estava desaparecido no mar.

— Zann! — Gritava Dalsha atento ao mar, mas não via sinal de seu capitão.

Ruko começava a atirar arpões da melhor forma que conseguia, era o armeiro e especialistas em longas distâncias. Concentrava seus ataques na face da criatura mirando seus olhos. Queria o desorientar. Mas as fortes ondas dificultava suas tentativas.

O barco, debilitado em suas funcionalidades, tentava sobreviver aos ataques do monstro que mergulhava em sua direção criando ondas gigantescas. Ardurin corria para reparar o essencial para manter o Valor da Tormenta funcionando.

Tormenta

Dalsha realizava manobras difíceis na tentativa de manter todos vivos, um erro e seria fatal. O Rompe-Tempestade, como era conhecido em sua lenda, movia-se como uma cobra marinha em proporções colossais, seus movimentos eram perigosos.

Porém, por algum motivo que tentavam entender, o monstro desviava seus ataques como se estivesse mirando em outro alvo. Em mais um de seus ataques provocou uma grande onda encobrindo temporariamente a visão da tripulação, mas quando puderam ver ficaram surpresos. Zann escalava a couraça do monstro com sua lança especial para perfurar carcaças rígidas. O sangue verde escorria e era lavado pela chuva. Sendo tão pequeno o capitão, o monstro não conseguia se defender. O Rompe-Tempestade rugia de dor lutando bravamente e o destemido capitão avançava em direção a sua cabeça, seria seu golpe mortal. A tripulação se posicionava para ajudar seu capitão disparando arpões para desorientar a besta. Um avanço coordenado eficiente. Zann diante da face da criatura, acertou seus olhos. O monstro marinho, desorientado emergiu com a força que lhe restava arrastando o capitão para as profundezas do mar.

A tempestade se intensificou, Dalsha procurava seu capitão, mas novamente ele havia desaparecido. Mesmo sabendo que Zann era um meyre, com resistência anormal no mar comparado a qualquer outra espécie, mas ele estava sozinho com o monstro e o Valor da Tormenta dava sinais que não conseguiria mais avançar. O motor falhava e uma espeça fumaça negra saía. Estavam parados vendo as ondas se formarem pela força da tormenta. Momentos de angústia seguiram sem saber o que acontecia nas profundezas do mar. Zann precisava retornar, ou poderia ser seu fim.

No horizonte viram a couraça do Rompe-Tempestade se erguer no mar, mas estava sem vida. Triunfante Zann erguia seu tridente ainda submerso. Subiu na carcaça de sua presa gritou em alívio e a chuva cessou. Por um instante sentiu novamente o calor da luz do sol e as nuvens carregadas se dispersaram por um breve instante. Naquele momento não compreendeu o que aconteceu, pensava apenas em aproveitar a sensação de paz.

Sua tripulação estava admirando o acontecido e tiveram esperança que um dia a sempre-chuva poderia deixar de existir.

Zann, a bordo de seu barco percebia que voltava a chover, um alívio breve, mas animador. Algo dentro de si estava diferente e de alguma forma sabia que foi ele o causador do impensável.

O Valor da Tormenta não tinha forças para voltar no estado que estava. Muitos reparos precisavam ser feitos, mas de alguma forma eles conseguiriam retornar.

O Valor da Tormenta – FIM

Contos

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Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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