A Última Jogada,  Histórias

01-07 – A Última Jogada | Ataque | SÉRIE

No primeiro ataque adversário, Dante deu um toco em Niko e seguiu com a bola e enterrou de forma espetacular. A torcida ficou em silêncio, mas eu percebi que alguns queriam comemorar, foi como ver uma enterrada de um jogador da NBA. O aro ficou tremendo com a agressividade que Dante enterrou, e ele ficou parado em baixo da tabela mostrando sua marra habitual.

— É agora que começa o jogo! — ele disse sem se preocupar em voltar para a defesa.

OLIMPUS 42 – 26 BRAVOS

Dante roubou a bola do armador adversário por trás, passou para Juan já correndo em direção ao ataque e recebeu o passe do armador. Avançou e a sua frente estava Niko pronto para revidar o toco que levou. Dante saltou e os dois disputaram no alto, mas Dante conseguiu enterrar derrubando Niko no chão após vencer a disputa no alto.

— Tem alguém melhor? Têm? — Dante ria e uma pequena confusão se armou.

Niko acalmou seus jogadores, mas nos seus olhos pude ver o ódio.

OLIMPUS 42 – 28 BRAVOS

O jogo seguiu e Dante continuou se destacando. Niko parecia mais agressivo em suas jogadas. Big e Saulo estavam tendo dificuldades para pará-lo.

OLIMPUS 45 – 38 BRAVOS

Dante continuava em seu show particular, a defesa do Olimpus não era capaz de parar ele. Fazia cestas de todos os tipos, enterradas espetaculares, dribles desconcertantes. Pude ver como ele jogava de verdade e percebi que nos treinos ele não se esforçava tanto. Mas também notei que o time ficou em segundo plano, como se apenas Dante jogasse. E no banco de reservas via Daniela desconfortável com a situação.

OLIMPUS 48 – 44 BRAVOS

O segundo período acabou e o terceiro período começou no mesmo ritmo, mas algo estava diferente. Quando Dante recebeu a bola, foi imediatamente marcado por dois jogadores. A forte marcação o atrasou e o obrigou a passar para Juan. E a marcação acompanhou Dante o impedindo de receber a bola. Com a demora de Juan para passar, o armador do Olimpus roubou a bola e seguiu para um ataque rápido, marcando mais dois pontos.

OLIMPUS 50 – 44 BRAVOS

No ataque seguinte a estratégia se manteve. Dante recebeu a bola e foi marcado por dois. Daniela estava preocupada e pensava em como reverter a situação.

Dante quicava a bola tentando fugir da marcação, mas a defesa alta estava agressiva e teve dificuldade, mas com um drible rápido conseguiu uma breve liberdade que durou até ser marcado pelo terceiro que tirou a bola de sua posse com um tapa, com as pontas do dedo.

Daniela pediu tempo para conversar com seus jogadores.

— Vocês já entenderam o que está acontecendo, não é? — ela começou a dizer. — Eles vão continuar dobrando a marcação em Dante, forçando um erro dele.

— Eles são muito fracos, eu resolvo! — Dante se mantinha confiante.

— Não foi isso que aconteceu nas duas últimas jogadas!

— Fala sério, Dani, foi só sorte.

— Eu já esperava isso, e tenho uma estratégia para reverter essa situação. Mas vou precisar da colaboração de você, Dante.

Dante parecia ter entendido o que precisava fazer e não gostou muito da ideia.

Daniela traçou a estratégia e explicou em detalhes para o time. De fora eu percebi que fazia muito sentido e teria tudo para dar certo, mas dependia do ego de Dante, talvez fosse o maior risco do plano.

O terceiro período reiniciou com os times motivados. Big tentava manter o pivô do time adversário ocupado em baixo da cesta, fazia uma partida discreta, mas importante defensivamente, se doava bastante e conseguia a maioria dos rebotes defensivos. Saulo o ajudava, mas estava com a difícil tarefa de marcar Niko, o melhor jogador do Olimpus, um jovem alto e forte, o terceiro maior em quadra, perdia apenas para os dois pivôs. O capitão fazia o que podia para alunar seus movimentos, mas a diferença de habilidades era grande, fazia uma partida esforçada.

Ataque

Juan corria e se movimentava bastante, estava acostumado a jogar com Dante, era praticamente o único que o egocêntrico jogador trocava jogadas. O armador também estava tendo dificuldades com a marcação do armador do Olimpus que era considerado um dos melhores da posição entre os times que disputavam o intercolegial, João Pedro. A torcida gritava seu nome com força a cada boa jogada.

Dante sempre bem marcado se movimentava com agilidade e a defesa o acompanhava. Juan o procurava para passar para ele, e foi quando colocou o plano em prática. Dante ao atrair a marcação para si deixou Gringo livre, que recebeu a bola e marcou uma cesta de três pontos.

O ataque do Olimpus foi bem marcado e Big pegou o rebote, e repetindo a estratégia, Gringo acertou outra cesta de três pontos, e pela primeira vez nosso time empatou.

OLIMPUS 50 – 50 BRAVOS

O jogo seguiu disputado e a estratégia sendo repetida. Gringo estava em um bom dia, e com a marcação atenta a Dante ficava livre para se movimentar em quadra e encontrar um espaço livre para arremessar. Quando era marcado, Dante encontrava uma forma de se desmarcar e fazer a cesta. E assim seguimos para uma virada.

OLIMPUS 56 – 60 BRAVOS

O terceiro período terminou. No breve momento de descanso, Daniela orientava o time. Percebi que Gringo já estava bastante cansado, precisava se mover bastante para conseguir receber a bola com liberdade. Os outros do time demonstravam cansaço, mas em um nível menor. Dante, estava sério, não gostava de não ser o maior pontuador, mesmo que por um breve momento.

O quarto e último período começou e os dois times demonstravam cansaço. O time adversário estava em melhores condições físicas porque alternavam mais entre seus titulares e reservas. Niko e João Pedro voltavam para a quadra. Era a decisão, faltava pouco para ser definido o vencedor, e por um momento esqueci que era parte do time, assistia a tudo como se fosse parte da torcida. Sid, ao meu lado, gritava a cada lance, fazia comentários a Daniela, que via a tudo muito séria.

Na primeira jogada do nosso time, Gringo acertou uma cesta de longe, e a diferença no placar aumentou para sete pontos a nosso favor.

Ataque

No lance seguinte, Niko fez uma cesta de três pontos, reduzindo outra vez a vantagem. Ele chamava a torcida para gritar, e ela o atendeu. A atmosfera do lugar mudou. A pressão em cada jogada do nosso time aumentou.

Gringo recebeu a bola mais uma vez e pulou para arremessar, mas quando ainda estava no alto, ele recebeu um encontrão e caiu de mau jeito. Dante empurrou quem havia colidido com Gringo, o acusando de ter feito de propósitoe Juan entrou na confusão que se armava. O juiz marcou falta técnica de Dante, e o jovem se irritou ainda mais. O clima havia esquentado e faltava pouco para uma briga generalizada começar. Dante e Juan estavam fora de si com a situação e gritavam indignados, enquanto Gringo estava no chão se contorcendo de dor. Big tentava impedir Dante e Juan de brigarem enquanto Saulo ajudava Gringo a levantar e ir até o banco de reservas.

Sid arregalou os olhos de forma preocupada e Daniela foi ver como Gringo estava. Ele sentia fortes dores, mas não parecia nada grave, porém, seria improvável ele conseguir continuar jogando.

Daniela olhou para mim e disse:

— Você vai voltar para o jogo. Você vai se dedicar a marcar. Não deixe ninguém fazer cesta onde você estiver. Você me entendeu? Faça bloqueios para Dante e Juan conseguirem liberdade para jogar.

O olhar dela era sério e intimidador.

— Nós vamos vencer esse jogo!

— Pode contar comigo! — eu respondi confiante.

Me preparei para entrar. Gringo me cumprimentou ainda sentindo dor.

— Você consegue — ele disse.

Algo em mim me dava uma dose extra de confiança. O nervosismo do início havia desaparecido, sentia que finalmente poderia jogar como nos treinos. Era a hora de jogar com tudo.

A Última Jogada | Capítulos

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Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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