A vingança do mago II
A Vingança do Mago

A Vingança do Mago #2 – Sobrevivência

Abri meus olhos e não reconheci o lugar que estava. Meus olhos estavam pesados, havia recebido tratamento, meus braços estavam enfaixados. A mulher que me estendeu a mão estava ao meu lado esperando eu acordar.

— Finalmente acordou — ela disse com um tom de alívio na voz.

— Onde estou?

— No abrigo dos órfãos. Sei o que aconteceu com a sua família e sei que não tem para onde ir — ela fez uma pausa e continuou. — Você é livre, mas considere ficar.

Levantei a cabeça e vi crianças se esgueirando para me ver, estavam curiosas e se empurravam para conseguir um bom ângulo de visão.

Levei dias para me recuperar totalmente. Todos no orfanato me acolheram bem, era o órfão mais velho e entendi porque a senhora Dolores me pediu para ficar. Os trabalhos eram variados e muito puxados. Não tinham uma vida fácil. Faziam pequenos serviços para conseguirem dinheiro para comprar comida, mas dificilmente conseguiam o suficiente para comerem bem e eu ajudava com o que conseguia. Não havia decidido se ficaria quando me recuperasse. A imagem dos meus pais não saía da minha cabeça. Pensava nas acusações e fazia cada vez menos sentido tudo que havia acontecido. Sentia ódio e pensava em como iria me vingar de todos que fizeram mal a minha família. Após os trabalhos diários eu exercitava minhas conjurações, mas as minhas forças não estavam completamente recuperadas.

— Não se esforce demais — disse Dolores se aproximando sem eu notar.

— Eu preciso ficar forte — disse segurando as lágrimas que teimavam em cair.

— Eu entendo a sua dor…

— Não entende! — gritei e fugi para a rua. Corri por horas até não ter mais forças para continuar. No fundo eu queria ter morrido junto com meus pais.

Sentei em uma ruela mal cheirosa, como um mendigo sem esperança. À noite passou, gelava meus ossos, tremia abraçando meus joelhos, até meus olhos se fecharem por completo e finalmente adormecer.

— Encontrei ele!

Ouvi uma voz familiar e abri meus olhos. Um dos órfãos pulava de alegria por ter me encontrado. Jim era seu nome e não tinha mais de 7 anos, sua pele era roxa e com um par de chifres na cabeça, um tiefling. Não demorou e os outros órfãos chegaram acompanhados da senhora Dolores.

— Eu conheço sua dor — disse Dolores se aproximando. — Também perdi meus pais. Comigo foi em um assalto na estrada. Os ladrões levaram tudo que tínhamos, mataram meus pais, mesmo eles não reagindo. Sobrevivi porque minha mãe me escondeu em baixo da carruagem. Vivi sozinha por muito tempo e sempre quis me vingar. Um benfeitor me encontrou faminta, me alimentou, me ofereceu trabalho e um lugar para ficar. Cresci e já não almejava tanto me vingar. Após a morte do meu benfeitor, Lorde Hanoris, ele me deixou uma casa e um pedido para ajudar aqueles como eu. E cada uma dessas crianças tem uma história talvez tão trágica como a sua, todos sentem dor e todos nós nos ajudamos. Se vier conosco suas dores não vão desaparecer, mas você não estará mais sozinho.

Levantei com dificuldade e aceitei voltar com eles. Os órfãos me abraçaram com alegria. Mal me conheciam, mas já havia tanto carinho por mim. E foi assim que comecei a considerá-los minha nova família.

Ajudava nos serviços da casa, vendia meus talentos arcanos na tentativa de ajudar no que fosse possível. Passaram-se dias e não foram fáceis. Praticava minhas magias e me esgueirava para entrar na biblioteca para aprender mais. Todos os dias buscava em grimórios antigos novas magias. Não conseguia dominá-las, mas praticava todos os dias. A magia relâmpago era a minha preferida, porém a que mais exigia do meu corpo. Fazia parte dos meus planos me vingar dos que mataram meus pais usando essa magia.

Nos meus estudos comecei a aprender a escrever pergaminhos mágicos, conseguiria uma boa quantia de dinheiro vendendo eles. Nem todos saíam perfeitos, mas após muitos treinos consegui fazer o meu melhor pergaminho mágico. Estava contido nele a magia disfarça-se. Uma magia que permitia mudar de forma, era simples de ser feita e muito útil para entrar na biblioteca. Corri para a loja de artigos mágicos com a esperança de conseguir pelo menos 50 peças de ouro, sabia que valeria mais, mas precisava de dinheiro para cobrir os custos dos meus estudos e dos materiais gastos nos treinos.

Entrei e vi dois homens com roupas nobres conversando baixo, olhavam itens mágicos.

— O que deseja? — perguntou o vendedor.

— Quero vender este pergaminho mágico.

O vendedor olhou desconfiado e o pegou para analisar de perto. Enquanto ele analisava escutava a conversa dos nobres.

— Ouvi sobre os RedFox — um deles disse. — Há rumores estranhos.

— Ouvi alguns — outro acrescentou. — Nunca me pareceu que seriam capazes de fazer esse tipo de coisa.

— Ouvi dizer que é o preço por terem desafiado a família Zalard. Disseram que recusaram vender roupas para suas atividades suspeitas e…

— Eu, menino! Está surdo? — o vendedor chamava minha atenção. — É um pergaminho grosseiro, uma caligrafia sofrível. Não vale mais de 25 peças de ouro.

— Mas… — vi os dois nobres saindo da loja, pude notar o brasão de um deles. Pertencia a família Valarian.

— Ei! Você é retardado, garoto?

— 30 peças de ouro. 25 não paga nem os custos para fazer.

— Fechado. E traga um melhor da próxima vez.

— Obrigado, senhor. Saí da loja insatisfeito. Perdi a parte que buscava da informação, mas havia uma pista para investigar.

Próximo (28/12/21)

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Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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