Ronin Thunder
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Ronin Thunder | Capítulo 10: Herói

Isaac avançava sem temor. Os raios cintilavam em suas mãos. A linha de soldados a sua frente estava amedrontada, davam passos para trás. O jovem olhava sério, com uma fúria guardada por muito tempo. Por muitos dias fingiu não se importar, por muitos anos de sua vida reprimiu sua vontade de confrontar seus algozes, mas agora estava livre de suas próprias amarras. O brilho de seus olhos cintilavam em amarelo. O tempo fechava, nuvens negras acompanhavam seu humor. Liberou seus raios e a primeira linha de soldados foi arremessada para longe. Outros se aproximavam atirando, mas Isaac se teletransportou e apareceu descarregando mais raios provocando um estrondo devastador. Desaparecia e reaparecia atacando os soldados os forçando a recuar, aqueles que ainda permaneciam de pé eram atacados pelo jovem enfurecido.

Dentro do esconderijo, os rebeldes observavam incrédulos, tentando entender o que estava acontecendo.

— AVANÇAR!

Gritou Tom saindo pelo buraco feito pelos soldados, juntando-se a luta. Seus companheiros rebeldes o seguiram e as ruas voltaram a ser tomada por uma batalha sem fim. Isaac avançava à frente abrindo caminho com seus poderes. Atacava aparecendo na retaguarda das linhas de defesa dos soldados do governador. Não conseguiam pará-lo. Isaac poupava a vida dos soldados, não era seu objetivo fazer um massacre, mas não se importava de feri-los. A fúria o movia, mas não o controlava.

Os rebeldes que tentavam acompanhar seus passos comemoravam o avanço de Isaac, um herói que se erguia, uma nova esperança. Eram muitos inimigos, porém, o jovem era imparável. Seus saltos dimensionais aliados com seus poderes de raios lhe transformavam em uma arma mortal. Usava bem seus poderes, fruto de muitos treinos. Estava em constante movimento e isso impedia de ser acertado por armas de calibres maiores. Não era indestrutível, mesmo sendo mais resistente que uma pessoa comum.

As armas de fogo lhe causavam ferimentos em graus variados, mas ele continuava avançando. Granadas eram arremessadas em sua direção, mas antes que explodisse ele já aparecia em outro lugar. Canhões e artilharia antiaérea foram usadas, tentavam o acertar de várias formas e nada parecia funcionar de forma efetiva. Os prédios eram destruídos nos danos colaterais.  Um alvo sem padrões de movimento e com habilidades sobre-humanas era um desafio muito além do que poderiam enfrentar. Ele lutava e ao mesmo tempo salvava rebeldes que estavam em perigo pelo contra-ataque dos soldados. Seus movimentos eram ágeis e precisos.

Uma manhã de batalha intensa. E naquele dia aconteceu a primeira grande vitória dos rebeldes. Os soldados recuavam e o povo comemorava nas ruas que ainda ardiam em chamas. O sentimento era de liberdade. Isaac estava ferido, mas permanecia de pé no centro de uma praça absorvendo tudo o que aconteceu. Sabia que sua vida mudaria, não teria volta. Os rebeldes se aglomeravam a sua volta, alguns o temiam e permaneciam distante, enquanto outros se aproximavam o aplaudindo. O aclamavam como um herói e os mais velhos lembraram de uma lenda muito antiga que teve início naquela pobre cidade, em uma situação não muito diferente. Naquele dia, a cidade ganhou um novo herói.

Tom abriu caminho por entre a multidão para se aproximar de Isaac. Chegou perto recuperando o fôlego.

— Obrigado, vencemos graças a você — ele disse respirando ofegante.

— Não é verdade — disse Isaac. — Por muito tempo eu me escondi por medo, mas agora não vou me importar. Vou lutar até o fim de minhas forças para derrubar o Governo Mundial.

A multidão vibrou com suas palavras. Alguns o conheciam por seus serviços de mecânico e gritavam seu nome. Não demorou muito e a multidão gritava repetidas vezes “Isaac”. O jovem ficou desconfortável, não estava acostumado com popularidade.

— Você nos deu esperança, agora podemos continuar.

— Não é verdade — disse Isaac se aproximando de Tom. — Vocês que me deram a força para lutar. Agora vou deixar o resto com vocês por hora. A gente se vê em breve.

Isaac abriu seu portal dimensional e desapareceu enquanto era aclamado com mais força. Em sua dimensão particular deitou no chão exausto. Estava ferido, mas nada muito grave. Seus músculos doíam, fez muito esforço para manter-se na ofensiva e seu corpo sentiu o desgaste. Respirava fundo para se acalmar, suas mãos tremiam, tentava absorver o acontecido, mas parecia algo distante, como se assistisse um filme. Deitado, olhava para o vazio sem fim do que seria o céu de sua dimensão particular. Sua respiração acalmava lentamente e seus olhos pesavam. Precisava descansar e assim adormeceu em um sono profundo.

O caos na cidade dava lugar a festa de comemoração dos rebeldes. Sabiam que a vitória não duraria muito e por isso aproveitavam. Apagaram as chamas que conseguiam apagar e aos poucos a cidade começou a voltar para sua normalidade. Alguns dias se passaram sem incidentes com os rebeldes. Todos se recuperavam escondidos. Os danos na cidade eram reparados de forma precária. Nas ruas o nome de Isaac era repetido por todos os lugares, muros eram pichados em sua homenagem, grafites eram feitos e histórias eram contadas. Não demorou muito para que todos ficassem sabendo do acontecido. Agora eles tinham um símbolo de esperança, um novo herói.

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Sinopse

Lenna, uma renomada caçadora de titãs, com sua companhia, é enviada para investigar uma cidade em ruínas que dizem ter sido devastada por um ataque de titã. Após uma batalha noturna, sua vida corre perigo e precisa contar com a ajuda de um jovem misterioso para sobreviver.

A Era dos Titãs

Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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