Ronin Thunder
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Ronin Thunder | Capítulo 15: Aliança

Isaac abriu a porta da sala do governador e o viu acuado, escondido no canto da sala. Hattori o olhou com desprezo e Dannie observava o lugar que ostentava uma mobília luxuosa. O palácio onde o Governador Vério Salaman III residia e administrava a cidade estava cercado pelos rebeldes que ameaçavam invadir a residência. As defesas não conseguiram impedir que Isaac entrasse junto de Hattori e Dannie, e isso fez com que os rebeldes acalmassem um pouco sua cólera.

— Eu lhes dou o que vocês quiserem — disse o governador tremendo de medo. — Pode dizer, tudo que vocês quiserem. É dinheiro que vocês querem? Eu dou!

— Você é nojento — repudiou Isaac.

— Olhe! Aqui tem dinheiro, muito dinheiro. Só por favor não me mate, eu peço.

Isaac olhou para uma maleta cheia de dinheiro que Vério carregava.

— Eu não vou te matar, tenho uma ideia melhor para fazer com você — ele sorriu de forma irônica.

— O que vocês querem, afinal?

— Eu passei o diabo nesta cidade por culpa sua — ele começou a dizer. — Passei fome em muitos momentos. Vi pessoas sendo mortas ou sofrendo ainda mais que eu por sua causa. Fez sua ditadura particular, roubou todo o dinheiro que deveria ajudar o povo, fez banquetes com seus amigos ricos, enquanto o povo passava fome nas ruas. Caçava quem se mostrava publicamente contra seu governo, fraldou todas as eleições para se manter no poder. O que quero? Eu queria muito que você sofresse o que o povo dessa cidade sofreu para sentir na pele o peso dos seus atos egoístas. E tenho algumas ideias de como fazer isso.

— Não por favor, não faça isso, eu imploro! Olhe este dinheiro, é o suficiente para vocês comprarem tudo que quiserem — Vério abriu a mala mostrando a fartura de cédulas.

— É… com esta quantia daria para sustentar muitas pessoas que passam fome durante bastante tempo — constatou Hattori sentando na cadeira acolchoada do governador. — E isso só aumenta meu desprezo por você.

— Se vocês fizerem alguma coisa comigo o Governo Mundial virá aqui e tomará a cidade, não serão tão misericordiosos como eu sou. Melhor saírem e eu finjo que nada aconteceu.

Dannie não conseguiu segurar uma gargalhada e Isaac acompanhou.

— Estou falando sério, não conhecem o quando eles podem ser implacáveis.

— Quanto mais poder se tem, mais teme perdê-lo — ela disse mexendo nas estátuas, que considerava cafona, do escritório. — Eu já vi muitas cidades nas minhas viagens, e até onde percebi, os governadores são descartados quando não cumprem os interesses deles com eficiência, que é o seu caso. Diria que você está em uma situação muito complicada.

O governador tremeu.

— Vamos fazer um acordo vantajoso para ambas as partes — deu sua última cartada.

— Não, obrigado — Isaac abriu a janela e olhou para baixo, estavam no terceiro andar do palácio. — Vai ser uma boa queda.

— Não, não, por favor.

Escutaram gritos vindos do corredor seguidos de batidas na porta de onde estavam. O líder dos manifestantes abriu com cuidado e do lado de fora muitos rebeldes se reuniam. Barone estava com o braço enfaixado e ficava de pé com ajuda de uma muleta.

— Desculpe interrompê-los, mas foi difícil segurar a ansiedade deles — disse o líder da rebelião fazendo um cumprimento polido. — Não sei se me conhecem…

— Barone — disse Isaac. — Eu não o conheço pessoalmente, mas já ouvi falarem muito de você. Deu esperança para muitos.

— Mas se não fossem vocês, seríamos massacrados. O povo quer que vocês governem a cidade e eu apoio de coração.

Isaac olhou para Hattori que negou com a cabeça, depois para Dannie que mostrou ainda menos interessada.

— Eu também não tenho interesse de ser governador. Tenho planos muito maiores. Organizem eleições justas e levem este saco de bosta, façam o que quiserem com ele, só peço uma coisa, não o matem. Ele não merece ser poupado assim.

— Eles vão me matar, sem dúvida — o rosto de Vério transparecia desespero.

— De repente se devolver todo o dinheiro que roubou, eles te poupam — disse Hattori relaxando as costas na cadeira confortável.

Barone chamou alguns dos rebeldes que levaram Vério, o puxando pelos braços enquanto ele se desesperava. Barone deixou claro que era para mantê-lo vivo, assim como Isaac havia recomendado.

— É uma pena que Tom, nosso vice-líder teve que resolver alguns assuntos, ele nos manteve firmes no momento mais difícil.

— Onde ele está? — Dannie quis saber.

— Ele não me disse, apenas comentou que precisava conferir uma coisa.

— Acredito que você deve vencer as eleições, mas seria bom que ficasse e administrasse a cidade enquanto não tem o próximo governador definido — disse Isaac pensativo.

— Nós vamos criar defesas fortes. O Governo Mundial virá em algum momento retomar a cidade e nós continuaremos lutando.

— Estava pensando no que Hattori me disse, sobre lutar com inteligência — Isaac fez uma pausa antes de continuar. — Acho que seria interessante fazer uma ação mais discreta.

— Como assim? O que está em mente?

— E se não demostrar para o Governo Mundial que a cidade agora não vai mais seguir suas ordens? E se agir como agentes duplos, fingindo seguir os planos deles para ganhar tempo de outras cidades conseguirem se rebelar? Porque sozinha ela não vai resistir por muito tempo, mas se outras se juntarem, teremos mais chances.

— E como faria o governo acreditar que mesmo expurgando Vério a cidade continuaria pertencendo ao Governo Mundial? — Hattori quis saber.

— Essa deve ser a parte mais difícil. Mas pelo que sei, os governadores são um pouco descartáveis. Diga que o povo cansou de tanta miséria, quer apenas um governo mais justo e que Vério estava roubando o dinheiro deles também. Mas acredito que não vai ser fácil — disse Dannie.

— É um bom plano, é a nossa melhor chance — Barone disse animado. — Cumprirei esta missão com todas as minhas forças. Agiremos nas sombras, na espera da hora de atacar.

— Eu prometo que libertarei mais cidades e criarei uma aliança entre todos que querem um mundo livre, vamos vencer esses malditos — Isaac olhou para o céu lembrando de seus pais. — Lutaremos por todos que morreram lutando por este ideal e honraremos suas memórias.

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Sinopse

Lenna, uma renomada caçadora de titãs, com sua companhia, é enviada para investigar uma cidade em ruínas que dizem ter sido devastada por um ataque de titã. Após uma batalha noturna, sua vida corre perigo e precisa contar com a ajuda de um jovem misterioso para sobreviver.

A Era dos Titãs

Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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