A Última Jogada,  Histórias

01-08 – A Última Jogada | Adversário

Entrei em quadra e tudo parecia silencioso. A torcida gritava, mas o som não me importava. Estava atento ao avanço do time adversário. O armador do Olimpus conduzia o time para o ataque orientando o que eles deveriam fazer com sinais treinados por eles.

Como imaginei se preparavam para atacar do lado que eu estava. Alternavam o posicionamento para confundirem nossa defesa. Niko recebeu a bola e seguiu para se infiltrar no garrafão. Veio em minha direção. Me lembrei de não fazer falta e apenas o cerquei. Suas passadas largas tomavam espaço e me empurrava para trás, mas eu resisti e encontrei uma brecha e toquei na bola desequilibrando da mão do jogador adversário. A bola quicou em direção a linha lateral. Corri e saltei para impedir sua saída. No ar, peguei-a e joguei em direção ao nosso ataque, para meu alívio, Juan recebeu o meu passe desastrado e correu para um contra-ataque rápido, e Saulo finalizou com uma bandeja.

— É assim que se faz Gabriel! — escutei Gringo gritar.

Eles continuavam investindo todas as jogadas contra mim e eu resistia o quanto podia. Saulo me ajudava na marcação. Big estava atento, e nossa defesa eficiente roubou mais uma bola, que Dante acertou a cesta, sem chance de reação para a defesa adversária.

OLIMPUS 59 – 67 BRAVOS

A marcação em cima de Dante continuava pesada, e sem Gringo, nossa força de ataque ficou muito reduzida. Juan não conseguia armar jogadas que finalizavam em cestas.

Eles começaram a variar o ataque, vendo que não estavam levando vantagem contra mim, pelo menos, não como antes. Sem a ajuda importante do Capitão eu não conseguiria defender da forma que estava.

Próximo do final do último período eles conseguiram empatar o jogo. Não conseguíamos manter o ritmo no ataque. O cansaço do nosso time estava cada vez mais evidente.

OLIMPUS 71 – 71 BRAVOS

Faltava apenas um minuto de jogo e um sentimento de tensão me dominava. Cada ataque era importante. Não poderia permitir que ninguém fizesse cesta do meu lado. Minhas pernas estavam duras com o cansaço. O rendimento do nosso time caía a cada minuto que passava. Do jeito que seguia, iríamos perder. Nem mesmo Dante estava conseguindo levar o time, parecia que haviam treinado exclusivamente para jogar contra ele.

Niko avançava em um contra-ataque na minha direção. Estava sozinho na defesa, precisa impedir a todo custo. Ele começou as passadas em direção a cesta e eu o acompanhei. Lembrei do treino contra Dante e igualei a passada, subimos juntos e eu estiquei minha mão, eu senti a bola tocar na ponto dos meus dedos e senti meu corpo desequilibrar no alto. Percebi que havia tocado em Niko que era muito mais forte que eu, e iria cair de mau jeito no chão. Senti o chão duro nas minhas costas e a falta de ar.

Olhares tensos me observavam. Mas eu não poderia continuar no chão. Sid estava com muito medo para jogar, e Gringo não estava em condições de jogo, eu precisava me levantar. Usei todas as forças que restava no meu corpo para me erguer. Fiquei de pé e vi olhares incrédulos na minha direção.

— Você está bem? — perguntou Saulo.

— Estou bem. Não foi nada! — respondi já me posicionando. Mas a verdade era que sentia dor por todo o corpo.

Niko se aproximou para ver como eu estava e fiz questão de mostrar que estava bem. E me surpreendi quando escutei aplausos da torcida. Demorei para perceber que eram para mim.

A posse de bola era do Olimpus.

— VAMOS DEFENDER ESSA! — eu gritei e meu time gritou em resposta. Senti que nossa energia se renovou.

Adversário

Fizemos uma defesa sólida e tiveram dificuldades para passar. O ala adversário arremessou desequilibrado e Big pegou o rebote, ligando o contra-ataque com Juan que fez uma bela assistência no alto para Dante cravar a bola com violência. O jogador urrou dando tapas em seu peito com força, demonstrando intensidade.

OLIMPUS 71 – 73 BRAVOS

Estávamos mais uma vez na frente do placar e faltava apenas trinta segundos de jogo. O técnico adversário pediu tempo para armar sua estratégia final. Daniela nos reuniu e reforçou a importância de marcar bem e forçar o erro deles. Enfatizou que deveria ser sem falta. Era para forçar a marcação e impedir que arremessem com liberdade. Big seria a peça fundamental. Nos deu mais orientações e o jogo reiniciou.

João Pedro driblava aproveitando o tempo que tinha para atacar. Dante marcava Niko e o impedia de receber a bola. Trocaram passes e a bola sobrou no ala que estava na linha de três pontos. Eu estava distante, não conseguiria chegar. Ele saltou e a bola viajou em direção a cesta e passou pelo aro, fazendo a torcida comemorar.

OLIMPUS 74 – 73 BRAVOS

Passaram à frente no placar faltando apenas dez segundos de jogo. Daniela pediu tempo. Nos instruiu sobre o que deveríamos fazer, mas confesso que estava com a mente distante. Apenas dez segundos para fazer uma cesta, o que poderíamos fazer?

O jogo recomeçou nas mãos de Juan e trocou passes com Saulo. Dante estava ainda melhor marcado. O tempo diminuía cada vez mais. Eu fiquei livre e a bola veio em minha direção. A peguei e ajeitei meu corpo para arremessar. Não era bom em fazer cestas, mas era a última chance, se eu errasse, perderíamos, era a última jogada. Saltei e fiz o movimento de arremesso como havia treinado várias vezes. A bola seguiu em direção ao garrafão, mas meu alvo não foi o aro. Dante pegou a bola no ar e enterrou antes do tempo terminar.

Adversário

Fiquei parado assimilando a informação. Vencemos, de alguma forma, vencemos. O time comemorava, me levantavam e eu ainda não acreditava. Não poderia imaginar que o basquete poderia me proporcionar tamanha emoção. Não me importava que era apenas um jogo amistoso. Para mim, era a minha primeira vitória.

***

No treino seguinte, sentia que meu corpo doía por causa da queda, mas treinava arremesso junto com Daniela. Escutamos a porta do ginásio abrir e nos surpreendemos com o que vimos. Dante estava segurando uma bola de basquete e se assustou quando me viu.

— O que está fazendo aqui? — ele perguntou retirando o fone do ouvido.

— Estou treinando. Acho que estou precisando — respondi de forma displicente.

Ele me passou a bola que trazia.

— Precisa mesmo!

A Última Jogada | Capítulos

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Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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