A Vingança do Mago #4 – Infiltração
A Vingança do Mago

A Vingança do Mago #4 – Infiltração

Segui escondido na parte detrás da carruagem, foi uma viagem longa e silenciosa. Passei por bosques gelados, uma estrada que ganhou pavimentação quando nos aproximamos do destino. Era uma das famílias mais ricas da região, atuavam no comércio em várias cidades. Faziam de tudo, incluindo serviços desonestos. Subornavam, compravam o silêncio de quem precisava para conseguir seus objetivos. O castelo era imponente, mas não muito grande. Um jardim bem cuidado estava após o portão. Passei sem dificuldades junto com a carruagem, os guardas no portão fizeram uma reverência e quando passamos notei que fizeram caretas, deixando claro que não gostavam do seu senhorio.

Rindor Zalard desceu da carruagem em frente à entrada principal do castelo e foi recebido por seus criados. Segui escondido até o estábulo, onde observei a movimentação dos cocheiros e esperei o melhor momento para adentrar ao castelo. Os cocheiros alimentaram os cavalos e seguiram para um casebre onde descansariam. Passei pelos cavalos e eles relincharam sentindo a minha presença, os cocheiros olharam a inquietação dos animais, mas não me viram porque ainda estava sobre o efeito da magia de invisibilidade.

Adentrei no castelo. Sua decoração era extravagante e ornada em tons de verde, cores da família Zalard. Quadros decoravam o salão principal. Observei uma movimentação e um som suave de um alaúde. Um bardo se preparava para iniciar sua apresentação, aguardava a presença do senhor do castelo. Havia soldados em suas rondas por todo o castelo, tentava evitá-los da melhor forma possível e avançava em direção aos aposentos do lorde. Segui uma de suas servas que ouvi dizendo que iria até os aposentos de Zalard. Segui furtivo até o dormitório do lorde, mas à porta, vi o bardo esperando para conversar com ele, o bardo olhava para os lados como se desconfiasse de algo, sentia uma presença mágica. E olhou diretamente na minha direção, notou minha presença e gritou para a serva se afastar.

— Revele sua face, intruso! — ele disse assumindo uma postura receosa.

Os guardas escutaram os gritos da serva e começavam a chegar. Aproveitei o corredor estreito e me revelei conjurando a magia relâmpago. A magia transpassou o bardo, atingiu os guardas que se aproximavam, o som do trovão ecoou pelo castelo. O bardo ainda atordoado dedilhou em seu alaúde conjurando um feitiço de sono, senti meus olhos pesarem, mas lutei para resistir, desfiz sua magia com a contramágica e despejei mais uma vez um relâmpago, dessa vez com mais intensidade. A luz e o som foram ainda mais fortes. Alguns dos guardas desabaram, o bardo foi arremessado para longe com o impacto da magia.

Entrei no quarto do lorde e coloquei pesos para bloquear a porta para dificultar que entrassem. Zalard estava acuado no canto de seu quarto, suas pernas tremiam, era como um animal raquítico. Senti o ódio correr pelo meu corpo, meu sangue esquentou. Queria lhe provocar dor com a mesma intensidade que senti.

— Quem é você? — ele perguntou tremendo de medo.

— Sou Dann RedFox e vou reerguer o nome da minha família.

— Foi tudo um engano. Eu não tenho culpa de nada. Foram os Zhentariam, eles me ameaçaram para eu colaborar, eu juro!

— Vou fazer você pagar por tudo que fez!

— Não, por favor não me mate, eu tenho esposa e filhos pequenos, por favor!

— Meu pai também tinha esposa e filho pequeno e isso não impediu que você mandasse matá-lo.

Zalard ficou sem palavras, respirou fundo e disse:

— Se me poupar eu juro que dou todo o dinheiro que puder levar. Sua família voltará ao topo, será um lorde.

— Você fará o que eu mandar. Primeiro doará todo o teu dinheiro para os pobres, depois confessará seus crimes em praça pública, falará tudo que fez contra a minha família, dirá que sempre foram inocentes.

— Eu não posso fazer isso, ficarei preso para o resto da minha vida.

— Então morrerá aqui e agora — aproximei concentrando uma magia nas mãos e confesso que preferia assim.

Escutei batidas na porta, os guardas tentavam entrar, e não demorariam muito para conseguir.

— Tudo bem, tudo bem. Eu confesso tudo. Falo tudo que você quiser que eu fale — disse o lorde.

Neste momento ouvi os móveis que coloquei para bloquear a porta sendo arrastados e os guardas se preparavam para entrar. Conjurei minha magia mais poderosa naquele momento e a ira que sentia a fez ficar mais poderosa. A muralha de fogo se formou após a porta e escutei os guardas gritarem de dor por causa das queimaduras. O ar esquentou e o fogo se espalhou pelo castelo. E senti uma pontada fria em minhas costas. O lorde havia cravado um punhal na altura do meu ombro, a dor forte me fez cambalear, mas não poderia cair, não naquele momento, vi minha magia de marulha de fogo quase se desfazer, mas respirei fundo e sua intensidade voltou. Olhei sério em direção ao lorde que voltava ao seu canto acuado.

— Você confessará todos os seus crimes!

Já estava sem forças para conjurar magias, retirei um pergaminho mágico de um dos meus bolsos, havia preparado minha fuga se as coisas complicassem. Escrevi um pergaminho contendo a magia porta dimensional, seria minha passagem de volta para a cidade. Segurei firme no lorde e nos teletransportamos de volta.

Na praça da cidade, as pessoas se aproximavam tentando entender. Meu sangue ensopava minhas roupas, estava difícil me manter em pé. O lorde implorava por misericórdia ajoelhado no chão.

— CONFESSE! — gritei sem paciência.

— Fui eu! — ele gritou de cabeça baixa. — Eu mandei matar os RedFox. Eles estavam ganhando muito espaço entre os lordes, eu estava tendo menos lucros. Eu forjei seus crimes, espalhei para que fossem perseguidos e mortos.

— Diga mais!

— Eu fiz acordos ilegais para não pagar impostos, mandei matar o esposo da senhora Darla, porque a amava e a queria para mim, contratei assassinos para matar comerciantes que não aceitavam fazer acordos vantajosos para mim. O que mais quer que eu diga?

Rindor Zalard levantou sua cabeça e percebeu que estava sendo observado por uma multidão. Soldados o levaram para a prisão o arrastando pelas ruas de Neverwinter. Eu queria matá-lo, mas lembrei que meu pai sempre me disse para ser um bom homem, também lembrava o que Dolores me disse que não precisava me tornar um assassino para fazer justiça. Sentia um sabor amargo na boca, mas fiz o que deveria ter feito.

Tratei dos meus ferimentos no orfanato e recebi uma visita inesperada.

— Dann RedFox? — disse um homem vestido com roupas simples e um brasão da facção da Aliança do Lordes.

— Quem quer saber?

— A Aliança dos Lordes viu seus esforços com muito interesse e temos uma proposta a lhe fazer.

***

Dias se passaram e era a hora de me despedir. Não poderia ficar mais no orfanato, para garantir a segurança da minha nova família. Aceitei a proposta da Aliança dos Lordes, faria missões para eles, conseguiria uma boa quantia de dinheiro e prestígio para minha família.

— Você precisa ir mesmo? — perguntou Jim com o rosto inchado de tanto chorar.

— Sim. Se eu ficar aqui vocês ficariam em perigo. Mexi com pessoas perigosas. Não é um adeus, é um até logo. Eu vou voltar entre uma missão e outra para ver vocês.

— Promete?

— Sim. Eu prometo. Vocês agora são a minha nova família. E cuidem da senhora Dolores.

— Pode deixar. Eu vou continuar treinando minhas magias e vou ficar mais forte que você.

— Conto com isso.

Me despedi e foi doloroso, mas de fato eu voltaria para vê-los sempre que fosse possível.

E assim iniciou minhas aventuras.

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Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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