as crônicas do sonhador
Crônicas de um Sonhador

As Crônicas do Sonhador | Capítulo 7: Claro que não poderia dar certo

Estava no covil dos vilões. Minhas investigações levavam a informações de bases que escondiam as drogas, mas nunca havia encontrado qualquer pista de suas localizações. Tentava entender o que Max queria fazer e como ele conseguiu essa informação.

— Você deve ficar trancado no quarto jogando vídeo game o dia todo, só pode! Vai me dizer que não conhece o Comando Alternativo? Que mundo você vive?

— Já ouvi falar, mas muito pouco, pensei que fosse algum tipo de gangue — preferi mentir, não confiava nele.

— Não, cara! O Comando Alternativo controla a cidade toda! Eles são discretos, mas têm influência em tudo. Eles dominam o tráfico de drogas, controlam quem morre, quem é poupado, é como se fosse uma máfia. E esse lugar é um dos pontos usados como uma das bases deles. Todo mundo sabe disso!

— E como você descobriu sobre esse depósito?

— Eu segui um dos membros da facção. O idiota que arranhou minha moto!

— Você vai mexer com essas pessoas só por causa de um arranhão? Ficou louco?

— Mexeu com minha Verônica, criou um inimigo para o resto da vida!

Max começou a cortar um pacote para ter certeza do conteúdo. O pó branco confirmava tudo.

— Presta atenção no que você vai fazer! Eu vou fazer furos em todos os pacotes com drogas e você vai criar sua areia mágica para soterrar esse lugar. Entendeu? Quero que eles tenham o trabalho de tirar toda a areia e ver que as drogas não vão servir mais.

Max ria com seu plano e rasgava com violência cada pacote.

— Agora é sua vez!

Comecei a imaginar a areia dourada e logo ela surgiu do centro do depósito espalhando-se por todos os lugares de forma incontrolada.

— Uou! — exclamou Max.

Saíramos tive o cuidado de encher até o topo da escada, sem o menor espaço de sobra. Fechamos à entrada como se nada tivesse acontecido, criei uma nova fechadura sem Max perceber, preferia que ele pensasse que era capaz apenas de criar areia.

— Como você fez isso?

— Você disse que se eu fizesse o favor, você esqueceria o que viu.

— Mas isso é algo impressionante! O que mais você pode fazer?

— Eu fiz minha parte, agora cumpra a sua! Esqueça tudo que viu!

— Não tem como esquecer…

Max parou de falar quando escutou passos vindo na nossa direção. Fez sinal para eu ficar quieto.

Os passos aumentavam. Quando chegaram no nosso campo de visão, tive uma grande surpresa ao reconhecer que um dos três que chegavam era Marcos. Estava no meio, andava mais à frente, parecia ser o líder.

Estávamos escondidos longe o suficiente para não sermos vistos na escuridão da noite, mas perto demais para escutar suas conversas por causa do silêncio que havia. Não poderíamos conversar para armar um plano de fuga, Max fazia sinais para me acalmar e deixar claro que tinha um plano, mas eu não sabia reconhecer os códigos dele.

Marcos abriu confiante a entrada para o depósito e teve a surpresa. Caiu para trás tremendo assustado, reconhecendo a cor da areia.

— Que diabo é isso? — perguntava o outro que era o mais alto dos três, magro e com um rosto fino.

— O que aconteceu? — O terceiro jovem que estava logo atrás de Marcos ficou ainda mais surpreso com sua reação, era como se ele tivesse visto um fantasma. — E agora? Deu ruim pra gente!

— Temos que encontrar quem fez isso! — gritou o mais alto.

— E a mercadoria? Vai dar ruim pra gente! Vão falar que foi nós! — disse o outro tentando acordar Marcos do espanto.

— Procura quem fez isso então!

— Procura você! Não tá vendo o estado de Marcos?

— Cara, ele surtou!

Marcos aos poucos e com a ajuda atrapalhada e nada simpática dos seus cúmplices começou a voltar a si. Sacou uma pistola que estava presa em sua calça.

— Vamos achar os desgraçados que fizeram isso!

— Marcos, Marcos, cara, você está bem? — perguntava o mais alto se distanciando de Marcos por medo da sua reação. — Você acha que poderia ser coisa dos ANTIS ou dos UCCs?

— Como posso fazer ideia, Pezão? Só faz pergunta idiota! Procura!

— Os UCCs nos ameaçaram esses dias.

— Marcelo tá certo! — disse Pezão o mais alto e mais desengonçado dos três. — Mas os ANTIS costumam estragar mais nossos carregamentos. Fala você, Marcelo, não tô certo?

— Pé falou tudo agora. Eles gostam de ferrar com todos!

— Não é à toa que se chamam ANTIS, eles são “antis” tudo!

— Fiquem quietos e procurem! Eles podem estar por aqui ainda. Não saímos faz muito tempo. Podem estar escondidos ainda. Procurem!

Os três começaram a procurar nos arredores da débil construção. Ficamos esperando a melhor oportunidade de escapar. Eles demorariam a procurar onde estávamos a julgar pela direção que estavam vasculhando. Foram em direções opostas.

Pensei: “Claro que não poderia dar certo!”

Comecei a imaginar uma caixa de madeira, pensei em criá-la longe de onde estávamos, na direção contrária e no alto, para quando caísse o barulho chamasse a atenção deles. E assim aconteceu. Pezão foi o primeiro a se assustar e seguir a direção com cautela, logo seguido por Marcelo. Marcos continuou próximo da casa abandonada.

— Vão ver vocês o que foi esse barulho, rápido! Eu vou ficar aqui.

Os dois concordaram e seguiram para onde achavam que teria vindo o barulho. Marcos continuou procurando por perto e para o meu desespero ele teria escolhido minha direção.

Seus passos lentos me faziam suar. A pistola em sua mão provocava um frio em minha barriga, o medo me paralisava. Passou ao meu lado sem perceber. Max assumira uma postura de ataque pronto para lutar. O jovem motociclista esperou Marcos passar e quando estava completamente de costas acertou um golpe potente em sua nuca, fazendo-o cair no chão desacordado.

— Esse desgraçado teve o que mereceu! — E cuspiu em Marcos. — Corre, mas corre em silêncio.

Assim corremos sem nos preocuparmos se estávamos ou não fazendo barulho. A Harley-Davidson de Max estava escondida estrategicamente pronta para uma fuga. Só tivemos o tempo de sentar na motocicleta para sairmos, Max teve o cuidado de acelerar pouco para não chamar a atenção e revelar nossa localização.

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Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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