O Valor da Tormenta Parte II
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O Valor da Tormenta – Parte II | Conto

O Valor da Tormenta navegava pela breve calmaria nos padrões dos mares do arquipélago de Mayras.  A tribulação estava alerta, sua caçada estava próxima. Zann começava os preparativos, conferia os arpões, as lanças rompecascas, estava mais animado que o normal e seu navegador percebeu.

— Acha mesmo é o monstro das lendas? — Dalsha perguntava de forma displicente, como costumava ser.

Tormenta

— Eu sinto que sim. Estamos seguindo seus rastros por anos.

— Mas… romper a tempestade com a força de seu rugido, acho um pouco improvável.

— A lenda do Rompe-tempestade é real, meu pai uma vez o viu e me contou como o céu sem essa chuva constante. Disse que o sol é a luz mais forte que pode existir. Você pode imaginar o quanto deve ser grandioso. Mesmo que seja por um breve instante, eu quero ver.

— Mas o que me preocupa é a reputação desse monstro marinho — o navegador pegou um livro de registros e começou a folhear — diz aqui nas anotações que poucos que viram ele conseguiram escapar, a maioria que sobreviveu tiveram seus barcos destruídos.

— Esse é mais um dos motivos que precisamos caça-lo.

— Sei que pode ser nobre a motivação dos caçadores, afinal, ninguém consegue sair da ilha por causa desses monstros marinhos, mas… se a gente perder nosso barco ficaria complicado não morrer de fome.

— Pense no quanto de dinheiro poderemos conseguir por abater uma lenda? Não se preocupe, Dalsha, vamos fazer como sempre fazemos.

— Quase morrer?

Zann riu lembrando dos perigos que enfrentaram no mar e da maioria quase não conseguiram sobreviver.

— Capitão — chamou Ruko entrando na capine de armas. — Estava pensando…

— Milagre — zombou Dalsha.

— Não atrapalhe, peixinho, se não vou esquecer. Eh… hum… lembrei. O que acha de comprarmos um daqueles canhões duplos sequenciados.

— Mas custa uma fortuna.

— Não se preocupe, peixinho, vamos ganhar muito dinheiro com essa caça.

— Pare de me chamar assim, soa ridículo, e já não somos mais crianças.

— Mas você continua pequeno — Ruko riu mostrando seus dentes.

— Pare vocês dois. Um canhão… duplo… interessante.

— Mas seria muito dinheiro, capitão.

— E o que você vai fazer com o dinheiro que vamos ganhar com essa caça?

— Eu aumentaria minha biblioteca.

— É um chato. Só de escutar me dá sono.

— Cada um luta com suas armas. E você Zann, o que vai fazer com esse dinheiro?

— Venho pensando em construir uma frota e desbravar esses mares e dar fim nessa sempre-chuva. Segundo as lendas, ela nasceu de uma maldição aos nossos antepassados, vou dar um jeito de dar fim a ela.

— Um objetivo pouco ousado…

— Volte ao trabalho, Ruko — aproximava Ardurin, o engenheiro do barco. — Precisamos de mais potência.

— Mas antes, diz você, Ardurin — começou a dizer Ruko. — o que você vai fazer com o dinheiro que vamos ganhar com essa caça?

— Reformar essa pocilga, isso está um lixo caindo aos pedaços, tem tantas juntas soltas que já desisti de concertar.

A tripulação riu. Todos sentiam-se parte do Valor da Tormenta, estavam caçando juntos desda infância. Eram mais que meros companheiros de barcos, eram amigos leais, dariam a vida uns pelos outros sem questionar.

— Vamos nos preparar — disse Zann com sua lança na mão. — Ruko, ajude Ardurin nos motores, precisamos acelerar para estarmos em velocidade de ataque quando avistarmos o monstro. Dalsha, olho nos ondas, evitaremos as grandes, não podemos perder de vista o Rompe-tempestades um instante sequer. Podem ter certeza que será difícil, mas conseguiremos.

Assumiram seus postos e esperaram, sabiam que começaria a batalha no mar a qualquer momento. Dalsha guiava o barco enquanto Zann se posicionava nas armas, receberia a ajuda de Ruko quando chegasse a hora. Abaixo deles uma silhueta colossal passava.

Tormenta

As onde agitavam-se e todos sabiam que o momento finalmente havia chegado. O Valor da Tormenta aumentou sua velocidade para acompanhar o deslocamento do monstro marinho. A perseguição em andamento não permitia erros, qualquer mínimo descuido poderia ser fatal. Na agitação do mar, não muito longe deles, emerge a criatura colossal. Apenas parte de seu corpo bestial pode ser visto. Suas presas eram maiores que o barco dos caçadores, sua couraça firme deixava evidente sua resistência. Esse era com certeza o maior desafio que eles haviam enfrentado até aquele momento.

— O Rompe-temepestade… — disse Dalsha não acreditando no tamanho da besta colossal a sua frente.

— Preparem-se! — gritou o capitão do valor da tormenta, animado. — Enfim te encontrei!

O Valor da Tormenta – Parte III (em breve)

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Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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