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Memórias de um Soldado #5: O vigia
Era minha vez de ficar de vigia no alto da torre. Os dias se passavam e a minha rotina se mantinha a mesma, fazia meus treinos diários com a espada e com o arco e flecha, e revezava nas vigílias. O vento estava úmido naquele dia, não iria demorar para começar a chover. Eu havia organizado todos os livros da torre, e comecei a ler alguns, nem eram muito bons. E aos poucos começava a ensinar Iori a ler. Na torre apenas eu e o Capitão sabíamos ler, assim, eu acabei ficando como responsável pelo falcão mensageiro. Iori aproveitava meus turnos de vigília para estudar um pouco. Naquela noite ele…
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Memórias de um Soldado #4: Mau presságio
Hoje acordamos com uma visita. Um senhor caçador, Bony é seu nome. Veio nos trazer alguns animais que caçou e remédios. Contaram que ele aparecia as vezes para conversar. Bony era robusto, já bem grisalho, e idoso. Vivia com sua esposa em uma cabana não muito longe da torre. Na sua juventude ele foi um soldado, de alguma forma ele ia visitar a torre para lembrar de sua época. — Senhor Bony! — gritou Lyunis animado. Era a primeira vez que o via de tão bom-humor. — Como estão esses valentes soldados? — Entediados… entediados… — respondeu Iori se aproximando. Arvih estava de vigília e eu me prontifiquei para ajudar…
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Memórias de um Soldado #3: O treinamento
O dia começou calmo. Estava começando a me acostumar com a rotina. Estava sempre um de vigia no alto da torre e os turnos eram de quatro em quatro horas. O da vez era Iori e ele costumava ficar agitado em suas vigílias, como se não conseguisse ficar muito tempo parado. Lyunis era o responsável pela comida, por cuidar dos animais e a horta, como essas eram suas obrigações, ele não revezava em turnos no alto da torre. Todas as outras funções como limpeza e organização eram divididas igualmente. Todos cuidavam do capitão, que dificilmente saia de seu quarto. Arvih treinava todos os dias com sua espada longa, repetia os…
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Memórias de um Soldado #2: A Caçada
— Faz algo de útil, sorrisinho! — Gritou Lyunis quando eu estava acordando — estou cansado de comer ovo e galinha. Pegue algo diferente para variar. — Pode deixar, meu nobre — Iori respondeu com sarcasmo. — E leve esse novato. E vê se ensina alguma coisa para ele. Estava sonolento ainda e vi Iori pegar seu arco, sem pressa. — Quer ir caçar, novato? — ele me perguntou. Aceitei, não tinha mais nada para fazer mesmo. E fazia muito tempo que não caçava. No quartel, eu treinava sempre com a espada, e as vezes com o arco. Treinávamos fazer paredes de escudo, flaquear, disparada, que considerava uma estratégia suicida,…