Ronin Thunder
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Ronin Thunder | Capítulo 7: Planos

Na escuridão do esconderijo secreto tramavam o novo plano para derrubar o governador. Os rebeldes ali presentes se aglomeravam e escutavam atenciosamente a palavra do líder da rebelião.

— Perdemos muita força nos últimos confrontos e não podemos falhar nesse — começou a dizer Barone, o líder da rebelião. — Será difícil, não posso negar, mas será necessário. Se conseguirmos ter sucesso o governador ficará enfraquecido.

Barone era alto, com um rosto maduro e marcado por uma vida sofrida. Seu cabelos eram grisalhos e possuía um olhar sincero e decidido. Respeitado entre os rebeldes, suas palavras soavam como uma última esperança.

Tom estava ao seu lado. Sempre com sua jaqueta de couro e seu topete bem armado, era o vice-líder da rebelião, o que liderava os ataques, com sua determinação e coragem. O seguiam sempre sem temor, mesmo nas situações mais desfavoráveis.

— A base da empresa de escavação pertence ao esquema de corrupção do governador — Barone continuou. — Derrubando ela daremos um duro golpe nele. Todo o seu esquema de lavagem de dinheiro será desmontado, porque tudo gira em torno desta empresa. Ele terá que agir para restabelecer suas conexões e explicar o que aconteceu para seus apoiadores que não suportarão a ideia de ter seu faturamento milionário reduzido, mesmo que seja só um pouco. Eles morreriam só de pensar na possibilidade. Mas não será fácil e nem um pouco simples. Mas vamos dar um jeito de conseguir. Enfraquecendo o governador, seus próprios apoiadores vão derrubá-lo.

— Só que temos um grande problema — disse Tom apontando no mapa da cidade a sua frente. — Há dois malditos agentes na cidade e eles valem mais que todo o exército do governador.

— E é estranho ter apenas dois, já que costumam andar em trios — completou Barone. — Temos informações que nos leva a acreditar que um está desaparecido ou retornou a central.

— Precisamos seguir com o plano e, aproveitar que cada vez mais pessoas se unem indiretamente a rebelião. Precisamos usar estas manifestações para agir sem que os agentes percebam e quando perceberem será tarde — Tom riu mostrando um sorriso largo e orgulhoso.

— Todo cuidado é pouco. Um agente seria o suficiente para estragar nossos planos, dois… evitem qualquer confronto contra eles. Agiremos na próxima madrugada e cada detalhe do plano precisa ser seguido.

Barone começou a explicar o plano para os apoiadores e durante horas estudaram as melhores possibilidades. Estavam confiantes, era um bom plano, um duro golpe no governador.

***

Na manhã seguinte o dia começou agitado. As barricadas feitas pelos rebeldes impediam a passagem de quem ousava entrar na cidade e avançasse de carro.  Um grande carro negro, adaptado para grandes viagens em terreno arenoso, com fortificações em suas laterais seguia forçando caminho por entre as barricadas. Avançavam em direção ao prédio onde o governador administrava a cidade. No espaço coberto do estacionamento do lugar, longe de qualquer manifestação, desceram do carro três agentes com suas posturas altivas. Lobo era o líder do novo grupo de agentes. Vestia um colete social bem alinhado e preto, duas espadas curtas cingiam sua cintura. Era bonito, cabelos à meia altura e bem penteados, barba bem feita e negra como seus cabelos. Rosto sério e maduro, corpo atlético. Trajado com roupa justa e alinhada a seu corpo, uma postura elegante e soberba. Ao seu lado seus dois agentes subordinados. Agente Panda estava um pouco acima do peso, vestia terno um pouco largo, seu cabelo era curto e uma mancha negra marcava seu rosto na altura dos olhos revelando o motivo de seu codinome de agente. A agente Naja o acompanhava com olhos atentos. Vestia terno femininos, era baixa com um olhar carrancudo. Seus cabelos negros eram longos e bem presos, rosto fino e discreto.

Seguiram até a residência do governador Vério e lá encontraram com os outros dois agentes.

— Logo você? — disse Cronos coçando a cabeça e rindo com desconforto. — Vai ser complicado.

— É um prazer te ver também, garoto do tempo — respondeu Lobo.

— Já disse que te odeio hoje?

— Se disse eu não prestei atenção.

— Você é tão previsível — Cronos bufou.

Entraram juntos na sala do governador e seus subordinados o seguiram.

— Essa cidade parece uma lixeira — disse Lobo olhando para o governador. — Estou cansado de limpar o lixo de incompetentes.

— Insolente! — Vério levantou-se de sua cadeira indignado. — Como ousa falar assim de minha cidade? Não sabe quem eu sou?

— Claro que sei quem é. Um poço de estrume, que mal serve para adubo. Um porco nojento que mal sabe governar uma cidade no meio do nada. Precisa ficar pedindo socorro de agentes para fazer seu trabalho.

O agente o olhou sério e cada palavra sua estava carregada de ódio. O governador encolheu os ombros e voltou a sentar em sua cadeira encolhido o quanto podia. O ar na sala estava pesado e o agente não parecia estar brincando.

— E me chama para desfazer todo esse lixo que fez. Vocês governadores acham que precisam explorar o povo para enriquecerem. A população se revolta porque não tem nada e quem é chamado para resolver?

— Vo-você não pode falar assim com um governador… — Vério disse com a voz trêmula. — Somos seus superiores e…

Lobo o olhou com desprezo e o governador desistiu de continuar a falar.

— Mas enfim — Cronos ajeitava seu cabelo rindo da insolência de seu companheiro agente. — Vamos ao que interessa.

— Já descobriram o próximo passo dos rebeldes? — perguntou Lobo desfazendo sua postura ameaçadora.

— Si-sim — começou a dizer o governador. — Pretendem atacar a empresa de mineração essa noite.

— Vou cuidar disso — o agente retirou-se da sala seguido de seus dois subordinados.

— Tome cuidado — começou a dizer Cronos. — Há três portadores de fragmentos nesta cidade e dois são especialmente fortes.

Ao livrar-se da presença hostil de Lobo, Vério respirou aliviado.

— Você não vai ajudar seu companheiro agente?

— Eu? Claro que não. Já consegui o que queria nesta cidade.

— O que vai fazer com o livro?

— Isto está fora de sua autoridade. Você tem problemas demais para resolver. Mas ainda falta fazer uma coisa aqui nesta cidade.

Cronos deixa a sala com um olhar misterioso. Sua agente subordinada, Gaia, ficou junto ao governador para lhe garantir segurança.

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Sinopse

Lenna, uma renomada caçadora de titãs, com sua companhia, é enviada para investigar uma cidade em ruínas que dizem ter sido devastada por um ataque de titã. Após uma batalha noturna, sua vida corre perigo e precisa contar com a ajuda de um jovem misterioso para sobreviver.

A Era dos Titãs

Guilherme Orbe

Desenhista, escritor e sonhador. Comecei a criar histórias na infância e nunca mais parei. No começo me dediquei as histórias em quadrinhos, onde desenvolvi minhas habilidades de desenho. Hoje me dedico a literatura, e transformo minhas histórias em livros. Criar histórias é meu passatempo favorito.

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