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Memórias de um Soldado #8: Sem olhar para trás
A poeira começou a baixar. A escada estava obstruída por pedras, mas não havia tempo de lamentar a morte do Capitão, precisava seguir sua ordem. Arvih continuava lutando contra os inimigos que invadiam a torre, a entrada estava mais larga e Iori tentava o ajudar, mas cada vez mais inimigos entravam. A cabeça de Iori sangrava, uma pedra havia o acertado, mesmo assim ele continuava firme. — Aqui, comida para cinco dias — Lyunis voltava com as porções. — Racione ao máximo, como uma vez por dia. Vá pelo centro da floresta, vai ser mais fácil de despistar eles. — O cavalo já está pronto — disse e agradecia por…
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Memórias de um Soldado #7: O ataque
Eles entraram no alcance de nossas flechas. Corriam em nossa direção em uma disparada rápida. Nossas flechas cruzavam o ar e acertavam os inimigos. Muitos caíram com nosso primeiro ataque. Iori acendeu o óleo e começamos a alvejar o inimigo com flechas incendiárias, torcendo para o fogo se espalhar. O fogo fez os inimigos recuarem por um instante, alguns gritavam da dor provocada pelas queimaduras. Iori era o melhor arqueiro, atirava duas flechas no tempo que eu atirava uma. Ficou na direção do norte, eram mais inimigos e ele atirava flechas sem parar. Eu fiquei responsável por guardar o portão do alto da torre. Eram menos inimigos, mas não estava…
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Memórias de um Soldado #2: A Caçada
— Faz algo de útil, sorrisinho! — Gritou Lyunis quando eu estava acordando — estou cansado de comer ovo e galinha. Pegue algo diferente para variar. — Pode deixar, meu nobre — Iori respondeu com sarcasmo. — E leve esse novato. E vê se ensina alguma coisa para ele. Estava sonolento ainda e vi Iori pegar seu arco, sem pressa. — Quer ir caçar, novato? — ele me perguntou. Aceitei, não tinha mais nada para fazer mesmo. E fazia muito tempo que não caçava. No quartel, eu treinava sempre com a espada, e as vezes com o arco. Treinávamos fazer paredes de escudo, flaquear, disparada, que considerava uma estratégia suicida,…
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Memórias de um Soldado #1: A chegada a Torre
Foram muitos anos de treinamento com soldado e cinco dias de viagem para chegar a torre de vigia. Ficava no lugar mais afastado do reino, o destino que diziam ser para os fracassados. Me perguntava o que fiz para merecer ser enviado para lá. Havia completado minhas dezoito primaveras no dia anterior. Estava temporariamente na fortaleza vizinha ao meu destino afastado. Caminhei junto com dois guias pelos cinco dias e eles não cansavam de zombar dos que estavam servindo na torre. Diziam ser o serviço mais inútil e chato de todo o reino. Confesso que esperava o pior. Quando finalmente chegamos, vi que não era uma torre muito grande, toda…