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Memórias de um Soldado #10: Contra-ataque
Lembrava de tudo que havia passado para chegar até ali. Todos os treinos exaustivos, as noites em vigília, os amigos perdidos, a crueldade com o casal de caçadores. Tudo isso servia para aumentar meu ódio. Para ser sincero, já não tinha muitas esperanças de sair vivo. O exército de mercenários se espalhavam, era questão de tempo me encontrarem. Continuava caminhando pela floresta, tentando fazer o mínimo de barulho. Pensava nas minhas alternativas. Estava pronto para morrer, e se fosse a minha hora, preferia que fosse lutando até o fim das minhas forças. A chuva me ajudava a ser mais furtivo. Precisava correr, mas eu queria lutar. Queria vingar a morte…
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Memórias de um Soldado #9: A caça
Continuei a cavalgar em direção a fortaleza. Já não escutava os sons da batalha, imaginava que era o fim. Inimigos a cavalo me seguiam. Tentava despista-los na floresta densa. Flechas passavam próximas de mim, atiravam sem ter certeza de onde eu estava. Senti meu corpo ser projetado para frente e percebi que meu cavalo havia tropeçado em uma armadilha. Rolei no chão e senti fortes dores, me esforcei para me levantar e continuar correndo. Mancava e procurava os lugares mais estreitos para passar. Corria o quanto podia e meu fôlego já estava no fim, sentia que eles tentavam me cercar. Me encostei em uma pedra e comecei a preparar uma…
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Memórias de um Soldado #7: O ataque
Eles entraram no alcance de nossas flechas. Corriam em nossa direção em uma disparada rápida. Nossas flechas cruzavam o ar e acertavam os inimigos. Muitos caíram com nosso primeiro ataque. Iori acendeu o óleo e começamos a alvejar o inimigo com flechas incendiárias, torcendo para o fogo se espalhar. O fogo fez os inimigos recuarem por um instante, alguns gritavam da dor provocada pelas queimaduras. Iori era o melhor arqueiro, atirava duas flechas no tempo que eu atirava uma. Ficou na direção do norte, eram mais inimigos e ele atirava flechas sem parar. Eu fiquei responsável por guardar o portão do alto da torre. Eram menos inimigos, mas não estava…
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Memória de um Soldado #6 – Preparação para a batalha
Vi o Capitão subindo as escadas para chegar ao alto da torre. Negou minha ajuda, já estava com uma besta de mão pendurada nos ombros, e se escorava na parede para conseguir andar. Quando viu com seus próprios olhos a situação disse o pior palavrão que conhecia. Esperávamos suas ordens. Ele olhou em volta, estudou a situação. Os inimigos nos cercavam e preparavam uma formação para iniciar a marcha. — Eles não tem bandeira — começou a dizer o Capitão se escorando em uma das colunas do alto da torre. — Pode ser um exército de mercenários. Mas por que Jundorn os contratariam? Eles não teriam forças nem audácia para…